quinta-feira, 28 de abril de 2011

Coimbra e o país


Coimbra, entre o Norte e o Sul, entre o litoral e o interior, é uma cidade que representa bem Portugal. Tem concentrado do melhor e do pior que existe no país. Tem coisas muito boas: a Universidade decerto, pois há sectores da Universidade de excelência a nível não apenas nacional, mas também europeu. Mas não é preciso ir muito longe para encontrar ilhas de incrível atraso… O nosso país é, infelizmente, assim: um país de gritantes contrastes.

Coimbra tem monumentos exemplarmente restaurados, como Santa Clara-a-Velha, mas também há outros mal conservados, como Santa Clara-a-Nova (aqui o nome da Santa engana, pois a velha está nova e a nova está velha!). Tem a Joanina, uma das mais belas bibliotecas mundiais, mas, nas suas estantes, muitos livros imploram por rápido socorro. Tem o Museu da Ciência da Universidade, que já ganhou um prémio europeu, mas tem, mesmo ao lado, o Museu Académico, que permanece ignorado. E tem o Jardim Botânico, uma extraordinária área verde, mas tem, anexa, uma Mata onde não se pode entrar e, muito perto, o Parque de Santa Cruz quase ao abandono.

Um romance de Robert Louis Stevenson intitula-se O Médico e o Monstro. Coimbra tem partes de médico e partes de monstro. É uma cidade bem desenvolvida na área da saúde, com serviços excelentes como a Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade. Mas é também uma cidade onde um doente que precisa de uma simples radiografia pode ir para uma fila de espera de onde só sai ao fim de umas boas horas. Coimbra, tal como o país, é capaz do melhor e do pior.

A urbe é agradável para viver, mas nela persistem muitos escolhos. Quer quiser desfrutar das coisas boas está muito bem na cidade de Coimbra. Mas quem quiser preocupar-se com as más também. Porque privilegio as coisas boas e sei que há remédios para as más acredito que Coimbra tem futuro. E Portugal também!

1 comentário:

Anónimo disse...

Um futuro a condizer
em cada terra haverá:
se Coimbra o não tiver,
que outra cidade o terá?!

JCN

DUZENTOS ANOS DE AMOR

Um dia de manhã, cheguei à porta da casa da Senhora de Rênal. Temeroso e de alma semimorta, deparei com seu rosto angelical. O seu modo...