sexta-feira, 27 de março de 2009

COMO TORNAR-SE INTELIGENTE

É sempre com gosto que leio o suplemento sobre livros ao fim de semana no "New York Times". Quando vivi nos Estados Unidos em sabáticas por vezes ia longe ao domingo só para ir comprar o jornal com o suplemento sobre livros, que não é só literário mas traz muitas recensões sobre livros de ciência. Hoje as fibras ópticas trazem-me o jornal e leio hoje, muito interessado, uma recensão ("Get Smart", a ilustração ao lado, que acompanha o artigo, é de Tamara Shopsin) de Jim Holt a um livro de Richard E. Nisbett, um psicólogo cognitivista da Universidade de Michigan, intitulado "INTELLIGENCE AND HOW TO GET IT. Why Schools and Culture Count", publicado pela W. W. Norton & Company. O livro ataca as teses sobre a predominância de factores genéticos na inteligência que livros como "The Bell Curve" difundiram há alguns anos. E defende o papel da família (fico a saber que até as mães podem tornar os filhos mais inteligentes se fizerem exercícios físicos adequados durante a gravidez) e da escola, em particular nas idades mais baixas. Não posso deixar de partilhar com os leitores este pequeno trecho:
"The challenge is to find educational programs that are as effective as adoption in raising I.Q. So far, Nisbett observes, almost all school-age interventions have yielded disappointing results. But some intensive early-childhood interventions have produced enduring I.Q. gains, at a cost of around $15,000 per child per year. Yet, by the author’s reckoning, it would cost less than $100 billion a year to extend such programs to the neediest third of America’s preschoolers. The gain to society would be incalculable."
O resto da recensão, para os interessados, está aqui. Vou talvez pedir o livro à Amazon.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tanto quanto sei, quanto mais se sabe do homem mais se percebe que o que os distingue entre si é o inato. As cenas de "pancadaria" entre freudianos, cognitivo-comportamentalistas, rogerianos, etc, parece-me folklore.

O q eu n percebi foi se o Prof. Carlos Fiolhais ficou a saber que as mães que fazem exercício físico podem fazer filhos mais inteligentes porque o Dr. Nisbett ataca as teses sobre a predominância de factores genéticos na inteligência ou se de existe uma correlação directa entre o facto "mãe grávida q faz exercíco físico" e "criança mais inteligente". E q tipo de exercício é o mais adequado: levantamento de alteres, ioga, ginástica com a k-7 de vídeo da Cindy Crawford?

Anónimo disse...

Pessoalmente acho toda esta história do nature vs nurture inconsequente. Existem dados que realçam a predominância de um dos aspectos sobre o outro, mas aquilo com que os investigadores se deveriam preocupar era com a interacção dos dois factores.

No que toca à inteligência abstenho-me de comentar por se tratar de um campo onde há mais confusão do que consenso (se tivesse da dar vantagem dava-a aos defensores do efeito da cultura sobre a genética). No que toca ao comportamento humano está mais do que provada a influência do contexto e da cultura na determinação do mesmo.

Nuno Calisto disse...

..."fico a saber que até as mães podem tornar os filhos mais inteligentes se fizerem exercícios físicos adequados durante a gravidez"...
Fale-nos de Física! Sugiro-lhe o tema "A genealogia das causas inibidoras da fluência do novo paradigma energético consubstanciado no projecto climatologicamente neutral, ITER.

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